A missão do extensionista é ajudar as famílias rurais a ajudarem a si próprias

Jachsson Beal

O profissional atua na promoção de melhorias em produtividade,

satisfação e qualidade de vida dos produtores

Desde garoto me identifico com comunicação, dedicação à língua portuguesa, valorização da família rural e tenho  muito orgulho por ter iniciado minha carreira profissional como extensionista. Isto aconteceu no começo da década de 1970 mas sempre que possível, me dedico a praticar um princípio pedagógico antigo mas de eficácia comprovada que é “ensinar a fazer, fazendo e aprendendo”.

A extensão rural é um serviço de importância fundamental no processo de desenvolvimento do campo e da atividade agropecuária, graças à utilização de métodos de comunicação que motivam e persuadem a indução de mudanças de comportamento, habilidades e atitudes, adoção de práticas, equipamentos e instrumentos que promovem melhorias em produtividade, satisfação e qualidade de vida para grandes, médios e pequenos produtores de alimentos.

Segundo o norte-americano Seaman Knapp (1833 – 1911), considerado o pai da extensão rural, a base das ações do agente de extensão é cumprir a missão de ajudar as famílias do meio rural a ajudarem a si próprias. Esse contexto histórico marcou o início das práticas de assistência ao homem do campo que pode duvidar do que ouve, do que vê, só não pode contestar aquilo que faz.

Durante o período em que atuei como extensionista pude exercitar, com satisfação, eficientes ferramentas, meios e métodos de comunicação que poucos leitores devem conhecer, mas que podem ser utilizados com sucesso na atualidade.

Criei e usei muito um importante auxílio audiovisual chamado álbum seriado, produzi centenas de cartazes e murais, escrevi cartas, convites e notas, editei apostilas e jornais e rodei feliz por uma infinidade de quilômetros em irregulares estradas de chão, dirigindo um Jeep Willys azul ano 1966 com capota de lona.

Para atendimento isolado, adotei a visita, a Demonstração de Método (DM) e a Demonstração Prática (DP). No objetivo de atingir grupos de produtores, utilizei  expedientes como Capacitação Participativa (CP), Dia de Campo (DC), Demonstração Prática (DP), Unidade Demonstrativa (UD), Exposição, Semana Especial (SE), seminário, concurso, campanha e programa de rádio, entre outros.

O tempo passou, as metodologias mudaram e a evolução chegou também para a extensão, os extensionistas, produtores e trabalhadores rurais que, no dia a dia passaram a utilizar tecnologias digitais para os mais variados fins, como resolver de forma remota os problemas que surgem nas suas rotinas produtivas.

Hoje, as pessoas que trabalham e vivem no campo interagem em ambientes de comunicação virtuais pelo telefone celular e possuem acesso à web nos seus domicílios. O uso de aplicativos de mensagens instantâneas cresce continuamente e torna mais rápida a comunicação entre as empresas e os agropecuaristas, o que é muito bom para todos.

Felizmente, relembrando com satisfação o passado, posso dizer que ainda posso contribuir modestamente, criando conteúdos voltados a promover melhorias em produtividade, reforçar a renda e proporcionar a qualidade de vida para quem vive e atua no meio rural.

Ciente de que aprendi e continuo aprendendo o valor de bem informar a quem quer evoluir e se desenvolver, busco oportunidades para crescer juntamente com aqueles cuja proposta é se aperfeiçoar.