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A suinocultura brasileira tem a força do sistema de integração

Atualizado: 11 de out. de 2024

Mario Faccin
A imagem mostra dois trabalhadores da empresa Master dentro de um galpão de suínos.

A Master conta com mais de 320 famílias rurais integradas: gerações que produzem suínos nos sistemas de creche e terminação


Um setor vital para a economia e a segurança alimentar do País, a suinocultura brasileira está em constante evolução e, na minha opinião, o mais importante passo para o crescimento da atividade, das empresas, produtores e fornecedores a ela ligados foi a implantação do chamado sistema de integração.

 

Tudo começou na década de 1960 nas regiões Meio Oeste e Oeste de Santa Catarina, quando alguns visionários e corajosos empreendedores resolveram adotar este modelo de negócios entre pequenas indústrias de alimentos e as famílias do meio rural. A meta era incrementar o crescimento da produção de alimentos em um território distante dos centros consumidores, que tinha estradas precárias e contava com recursos escassos, mas era habitado por gente aguerrida e com muita vontade de vencer.

 

A iniciativa, que deixou um dos mais importantes projetos de desenvolvimento para o agro brasileiro, teve como base - segundo pesquisadores – uma das estratégias preconizadas pelo professor norte-americano Alfred Dupont Chandler Junior (1918 – 2007): a integração vertical, que consiste na organização da produção, envolve desde a pesquisa básica, passando pela capacitação profissional, prestação de assistência técnica, pelo fornecimento de insumos, abastecimento de matéria-prima, até a industrialização e a comercialização dos produtos.

 

O processo de integração vertical para a produção de suínos, que se caracteriza como uma relação de confiança mútua, foi impulsionado pela necessidade de assegurar o abastecimento constante de animais para o abate, a otimização dos custos de produção e a economia de escala. O sistema tinha como principal objetivo diminuir os riscos de falta de matéria-prima e dos fornecedores se verem incapazes de garantir os compromissos de entrega previstos em acordos firmados.

 

Com o empenho das indústrias, a acolhida das famílias do meio rural e o apoio do poder público, de instituições financeiras e após muita negociação entre as partes envolvidas, nasceu o fomento agropecuário, uma espécie de instrumento usado pelas empresas e produtores para incentivar positivamente, promover o crescimento e aumentar a capacidade produtiva dos beneficiários para que pudessem, a partir do trabalho próprio, ampliar a produção, melhorar a renda e garantir a segurança do negócio.

 

O fomento agropecuário catarinense evoluiu para sistema de integração, uma parceria que deu certo, ultrapassou fronteiras e está em constante evolução, impulsionada por avanços significativos em pesquisa e desenvolvimento, tecnologia, práticas sustentáveis e uma crescente consciência sobre a eficiência produtiva. A Master deu início ao sistema de em 1995 e hoje conta com mais de 320 famílias integradas que, com muito empenho superam desafios e combinam conhecimento técnico da atividade com uma vontade inabalável de experimentar e implementar soluções inovadoras.

 

A inegável importância socioeconômica da integração para a suinocultura brasileira pode ser avaliada de diversas formas e um exemplo disso é a participação do sistema em 90% da cadeia produtiva de suínos, conforme registro da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA. Como em 2023 o Brasil realizou o abate de 57,17 milhões de cabeças e movimentou R$ 371,6 bilhões, vale registrar que os integrados participaram de uma atividade econômica que resultou na movimentação de R$ 344,4 bilhões somente no ano passado.

 

Sob o ponto vista da fixação da mão de obra no campo, o sistema de integração desempenha um papel de reconhecida relevância. Ao considerarmos 20 anos o tempo de uma geração, podemos afirmar que atualmente estamos na terceira geração de suinocultores integrados da mesma família, renovando sua dedicação à produção de alimentos para o mundo.

 

Até breve!

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