Abertura de mercado no Marrocos deve beneficiar indústria de DDG e etanol
- Jachsson Beal
- 4 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

O acordo favorece os produtores, reforça o papel do etanol como combustível sustentável
e contribui para uma economia com baixa emissão de carbono
A recente abertura do mercado de exportação de grãos seco de destilação (DDG) do Brasil para o Marrocos deve beneficiar a indústria do etanol de milho em Mato Grosso e fomentar a produção do grão, avalia Lucas Costa Beber, presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT).
O subproduto da destilação de grãos na agroindústria, é um insumo rico em nutrientes, utilizado na ração animal para elevar o índice proteico e energético do rebanho. No agro mato-grossense, ele é representado pelo farelo de milho, já que o estado é o maior produtor de etanol de milho do país.
“O resíduo do milho na industrialização para a produção de etanol é exatamente o DDG, que tem alto teor de proteína e fibra. Porém, ele não pode ser usado sozinho na ração, substituindo o milho por completo, devido o seu alto teor de fibra e baixo teor de carboidrato e amido. Então é necessário fazer a mistura com milho”, explica Lucas.
A UNEM – União Nacional do Etanol de Milho, estima que a nova oportunidade de exportação é vista como uma solução estratégica para o excedente de DDG no mercado interno. Essa abertura de mercado para o Marrocos, além de aumentar a demanda por milho, viabiliza maior produção ainda de etanol que, por conta do grande volume de produção, provocava um excedente no mercado interno e algumas empresas estavam com estoques muito grandes.
De acordo com Lucas Beber, a exportação beneficia os produtores, reforça o papel do etanol como combustível sustentável, contribui para uma economia mais verde, de qualidade e com baixa emissão de carbono. Como principal produtor de etanol de milho no Brasil e segundo maior produtor de etanol de modo geral, a indústria mato-grossense deve se expandir nos próximos anos.
Na safra 2023/2024, o Mato Grosso atingiu pela primeira vez a produção recorde de 5,72 bilhões de litros. Do total de etanol produzido, 4,54 bilhões de litros vieram do milho. No estado, cada tonelada industrializada do milho vira 400 litros de etanol e ainda resulta em mais de 300 quilos de farelo de milho. Na agricultura, o Mato Grosso utiliza hoje cerca de 60% da área de produção de soja para produzir milho e há a capacidade de chegar em 100%, o que vai aumentar ainda mais a industrialização e produção dos subprodutos.
(Fonte: UNEM e RDNews – Adaptado pela Equipe Meu Agro)
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