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Cem 100 anos da soja no Brasil: a trajetória do nosso ouro verde

Jachsson Beal

A cultura, que celebra seu centenário em solo brasileiro, tornou-se um

dos mais importantes pilares do agro nacional


A soja (Glycine max (L) Merrill), planta herbácea cultivada para a produção de grãos, pertence à classe Rosideae, ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília  Papilionoideae, tribo Phaseoleae, gênero Glycine L., espécie max e começou a ser produzida em pequena escala no Brasil em 1924, trazida pelo pastor norte-americano Albert Lehenbauer, que era um líder da igreja Luterana na sua área de atuação.

 

As sementes do grão, provenientes de Hannibal, no Estado do Missouri, região Centro-Oeste dos Estados Unidos, vieram na bagagem do religioso, guardadas em uma garrafa de vidro e foram Introduzidas no município de Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Desde então, seu cultivo se tornou tão importante que deu à cidade que as recebeu o título de Berço Nacional da Soja.

 

O pastor Lehenbauer acreditava que o cultivo da soja serviria para melhorar as condições econômicas dos colonos, já que, além de enriquecer o solo, poderia ser usada na nutrição dos porcos. Dessa forma, semeou os grãos em sua horta — um pequeno espaço entre a igreja e a casa pastoral. O restante, foi distribuído entre quatro famílias locais: Brachmann, Schwartz, Bessel e Müller, com a promessa de que devolveriam parte da colheita à igreja para que as sementes fossem repassadas a outros colonos.

 

Os produtores da região passaram a plantar soja porque ela começou a ser distribuída. Lehenbauer atendia muitas paróquias e, cavalgando com grãos para oferecer às famílias, tinha certeza de que, quando a planta começasse a produzir, os agricultores teriam melhores condições econômicas e passariam a prosperar.  A convicção e o ato de compartilhar as sementes foram fundamentais para o progresso da comunidade. Em pouco tempo, a oleaginosa se espalhou pelo nosso País. 

 

Hoje, o Brasil é o maior produtor mundial de soja. A cultura da oleaginosa contribui significativamente com a balança comercial brasileira, sendo a principal commodity exportada pelo agro nacional. A cadeia produtiva da soja gera empregos diretos e indiretos, e abrange desde agricultores familiares até trabalhadores das grandes indústrias de processamento e logística. Além disso, o cultivo da oleaginosa contribui com a força do agro brasileiro, que em 2023, foi responsável por 30% do crescimento total do Produto Interno Bruto (PIB) do país.


De acordo com os dados da Abiove – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, o complexo soja bateu todos os recordes da série histórica na safra passada (2023). A produção do grão ficou em 160,3 milhões de toneladas e o esmagamento em 54,16 milhões de toneladas. Já a produção do farelo totalizou 41,6 milhões de toneladas e a do óleo 10,8 milhões de toneladas.


As exportações também apresentaram volumes inéditos no ano passado. As vendas para o exterior fecharam em 101,86 milhões de toneladas da soja em grão, 22,5 milhões de toneladas de farelo e 2,3 milhões de toneladas do óleo de soja. A receita consolidada com essas exportações foi de US$ 67,3 bilhões. No total das duas safras, a área plantada em 2023 no Brasil foi 23.126 milhões de hectares.


(Fonte: IBGE – SNA – Abiove – Adaptado pela Equipe Meu Agro)

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