Com responsabilidade, manteremos a liderança em carnes de aves e suínos
- Fabricio Delgado
- 14 de jan.
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Fabricio da Silva Delgado

Sucesso nas mesas do mundo, nossa proteína comemora conquistas
que precisam ser mantidas com seriedade
Mais uma vez, a produção de proteína animal brasileira encerra um ano revelando recordes positivos e, para 2025, os setores de aves e suínos projetam um novo período de crescimento, que deve contar com expressivos avanços em produção, exportação e consumo per capita.
Nosso País é o segundo maior produtor e o maior exportador de carne de aves do mundo, participa com mais de 38,0% das exportações globais e, no ano que se inicia, nossa avicultura deverá produzir algo próximo a 15,0 milhões de toneladas da proteína, um incremento de 2,9% em relação a 2024. A disponibilidade interna será de, aproximadamente, 9,9 milhões de toneladas, o consumo per capita do brasileiro pode chegar a 47,0 Kg e as exportações podem atingir 5,5 milhões de toneladas.
Vivenciamos a consolidação de muitas empresas do ramo, que investem significativamente em novas tecnologias, instalações e processos para aprimorarem a produção de aves, ao mesmo tempo em que reforçam os times de especialistas para atuarem em todos os elos da cadeia produtiva. Como pontos favoráveis, os principais produtos que integram as rações avícolas, milho e soja, mantêm preços sem grandes variações e o dólar em alta traz benefícios às exportações.
A situação confortável faz bem, mas serve para lembrar a todos que o desempenho do setor está atrelado à manutenção do nosso status sanitário. Precisamos manter o País livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), vencer desafios solitários como as condenações desclassificações das aves no processo de abate e a mortalidade de animais a campo, entre outras questões, elegendo a biosseguridade como peça-chave para garantir a competitividade do mercado brasileiro.
O momento é bom para suinocultura, que encerra 2024 com uma produção aproximada de 5,3 milhões de toneladas de carne, número que revela um crescimento de 3,8% em relação ao registrado em 2023. Do total, cerca de 4,0 milhões de toneladas foram destinadas ao mercado interno e o nosso consumo per capita deve ficar próximo dos 19,0 Kg. No ano que terminou há poucos dias, as exportações de carne suína podem ter um saldo positivo de até 10,0% quando comparado com 2023.
Para 2025, o setor projeta crescimento na produção e exportação, com probabilidades de aumento de vendas para a China, abertura de novos mercados e possível avanço brasileiro diante de problemas enfrentados por alguns concorrentes que revelam custos elevados e rebanhos reduzidos, situações que colocam o Brasil em vantagem e consolidam a importância da proteína suína para a economia nacional. Com preços internos em bom patamar, o setor suinícola brasileiro deve continuar aproveitando a alta demanda.
Da mesma forma que acontece com a avicultura, a onda positiva da nossa suinocultura deve ser encarada como uma responsabilidade a mais: um compromisso com a saúde e o bem-estar dos animais. Precisamos manter a excelência sanitária dos planteis, adotando práticas que impeçam a contaminações dos suínos por doenças, especialmente as de origem respiratória e evitando todo tipo de manejo que possa causar desclassificação no abate.
Comemorar as conquistas é investir na sustentabilidade do setor, especialmente no mercado interno, mas as projeções de analistas sobre enfrentarmos uma inflação acima do teto da média preocupa a todos. E esta ameaça deve ser contida a qualquer custo pelo governo, que precisa adotar com urgência medidas de controle verdadeiramente efetivas.
Até breve!
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