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De que forma as pessoas impulsionam a qualidade na produção?

Paulo Emilio Lesskiu

Relações hierárquicas definidas, autonomia e grau de confiança entre os

membros da equipe fazem toda a diferença


A ação sobre as equipes e seus reflexos na qualidade da produção tem merecido redobrada atenção das organizações, especialmente com a escassez de profissionais e todas as alterações tecnológicas em curso na última década.  Embora todas as melhorias tecnológicas venham para facilitar a operação, ainda sim teremos pessoas executando e fazendo análise crítica dos resultados.

 

A motivação da equipe passou a ser tão importante quanto os métodos e recursos de produção. Essa análise inicia-se pela constatação que eles desempenham papel específico na produção da qualidade das organizações, ou seja, as suas ações tornam-nos os agentes de transformação das organizações em termo de qualidade.

 

Os recursos humanos envolvidos na produção geram retorno à organização? Vale a pena tanto empenho? Perceba que somente a sua equipe será capaz de gerar soluções criativas, propor formas mais eficientes de atuar e sugerir métodos e trabalho mais baratos e mais eficazes, além de preverem situações particulares em processos e produtos, interpretar tendencias, criar ações preventivas, buscar novos objetivos e superar novos desafios.

 

Criar condições de determinar o modo mais eficaz de direcionar as ações para atingir objetivos específicos, prever situações que se configurem em ameaças e oportunidades para a organização, desenvolver meios para evitá-las, criar e inovar são coisas que somente os “recursos humanos” conseguirão. Isto posto investir na equipe será sempre a atividade com os maiores e melhores retornos. Por isso, lidar com os recursos humanos será sempre o maior desafio gerencial.

 

Mas por onde começar? Quais os primeiros passos para quem está assumindo um novo desafio? Como envolver as equipes nos programas de qualidade? Sugiro a adoção de uma estratégia de envolvimento das equipes, didaticamente dividida em duas etapas.

 

Etapa 1- Diagnóstico -  Análise dos pré-requisitos

·      Objetivos: O processo de envolvimento começa definindo direções para as ações das pessoas, ou seja, o que deverá ser feito. Estabeleça minimamente indicadores objetivos para posicionar os resultados e direcionar as ações na organização:

·      Meios e recursos: defina quais são seus recursos disponíveis tanto estruturais quanto de capital humano:

·      Ambiente: avalie o contexto em que as pessoas estão inseridas e o nível de autoridade e responsabilidades das equipes. Essa etapa vai além da análise das condições físicas em que o time está inserido, deve conter uma análise do clima organizacional, como ocorrem as interações entre as pessoas, se existe o compromisso da alta liderança da organização, e como está a cultura de colaboração das equipes.

 

Etapa 2 - Ações direcionadas às equipes

·      Alterações institucionais e comportamentais: As ações de envolvimento das equipes só serão efetivas se incluírem como base de sustentação ajustes efetivos nas políticas organizacionais e de qualidade, de modo a tornarem visíveis em posturas, atitudes, comportamentos e posições assumidas pelo corpo gerencial. Nesse caso a velha máxima vale muito, ou seja, a palavra convence e o exemplo arrasta. Uma boa dica, é mapear quem são as pessoas referencias em qualidade na organização, elas serão uteis no alinhamento das estratégias de melhoria contínua e fortalecimento das políticas de qualidade;

·      Treinamentos: os treinamentos tornam-se instrumentos positivos de envolvimento se eles forem planejados, desenvolvidos e aplicados a partir de objetivos ou lacunas identificadas. Ao gerente caberá induzir as pessoas a procederem a permanente avaliação de suas atividades, de forma a identificar carências, lacunas e dificuldades ou necessidades de melhoria.

·      Motivação: sem ação, não há motivação. A motivação é um processo mais complexo, que não depende da vontade de quem quer motivar, mas sim, da disposição intrínseca daqueles inseridos no processo. Embora haja diferentes técnicas para a criação de um ambiente e condições favoráveis a motivação, particularmente considero a abordagem participativa como uma das mais eficientes, onde nesta, a participação das equipes é o instrumento de motivação.

·      Reciprocidade e reconhecimento: a ideia é que o envolvimento decorre dos benefícios diretos que os resultados das ações podem proporcionar para aqueles que criaram, inovaram e executaram as ações. Em suma os benefícios das melhorias em qualidade são para a organização, contudo transferem-se as equipes envolvidas o crédito pelo atingimento dos objetivos definidos.

 

As dicas apresentadas enfatizam alguns elementos básicos, embora não excluam a adoção de outros. É fato que cada organização tem o seu momento, que as relações hierárquicas definidas, autonomia das equipes e o grau de confiança dos liderados para com as lideranças farão total diferença. Estruturar um programa de qualidade vai muito além dos manuais, é preciso iniciar.

 

Que tal começar pelos passos citados?

 

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