Entre 10 exportadores de carne de frango, Brasil tem o 5º melhor preço
- Jachsson Beal
- 17 de fev.
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Jachsson Beal

Maior exportador mundial, nosso País é destaque na venda de cortes como
peito, coxa, sobrecoxa, asa, além de miúdos e frango inteiro
Analisando os preços alcançados pelos exportadores de carne de frango no mercado internacional, o Rabobank (Coöperatieve Rabobank U.A. que teve origem como banco cooperativo é uma multinacional holandesa, líder global em serviços de financiamento para alimentação, agro financiamento e sustentabilidade) – no estudo “RaboResearch 2025” – aponta que, entre 10 fontes do produto, o Brasil obteve (em 2023) o 5º melhor preço, mas sem grande diferença em relação ao 6º e 7º colocados, Ucrânia e Rússia.
A liderança, dois anos atrás, ficou com a Tailândia (US$3.700 por tonelada), vindo a seguir China e Chile (ambos com US$3.100 por tonelada) e União Europeia (US$2.400 por tonelada). O preço do Brasil – maior exportador mundial, como destaca o Rabobank – ficou em cerca de US$2.000 por tonelada. Justificando as lideranças de Tailândia, China e Chile, o estudo observa que estão diretamente relacionadas ao acesso ao mercado e ao portfólio de produtos. Nenhum desses países tem custos menores, mas compensam a desvantagem através do acesso a mercados mais atrativos.
O Chile, por exemplo, “um dos poucos países que obteve acesso ao mercado avícola dos EUA” – exporta peito de frango, corte com elevado valor agregado no mercado norte-americano. Tailândia e China, por sua vez, graças a uma força de trabalho relativamente barata, tornaram-se líderes na exportação de frango processado, que exige mão-de-obra intensiva. Notar que em boa parte dos países listados o preço médio alcançado em 2023 foi menor que o de 2014.
Uma das exceções está na União Europeia, cujo preço médio em 2023 foi pelo menos 75% superior ao de nove anos antes. Efeito exclusivo – aponta o Rabobank – do Brexit, acordo que transformou o Reino Unido em um importador agora estranho à União Europeia, mas garantindo que Holanda, Alemanha e Polônia se mantenham na liderança de atendimento do mercado britânico, com frango fresco e processado. Pode parecer estranha a penúltima posição, ocupada pelo 2º maior exportador mundial de carne de frango, os EUA, cujos preços foram superiores, apenas, aos da Argentina.
Mas o Rabobank lembra que as exportações norte-americanas ainda estão quase todas focadas em partes do frango que não têm consumo interno, como pés e pernas. Já o Brasil vem atuando intensivamente na diversificação de seu portfólio de produtos, mantendo sólida posição na exportação de peito de frango, frango inteiro e carne escura (coxas e outros cortes do frango, excetuado o peito).
Não é mencionado no estudo, mas vale notar que, eliminada do mercado internacional após um surto de Influenza Aviária (primeira metade dos anos 2000), a Tailândia só conseguiu retornar ao setor disponibilizando frango pós-processado. Isto provavelmente explica o melhor preço obtido pelo produto tailandês. Já as exportações brasileiras estão quase totalmente concentradas no produto in natura, que não tem agregação de valor como os processados.
Em 2023, elas corresponderam a pouco mais de 94,5% do volume total exportado, distribuindo-se os restantes 5,5% entre a carne de frango salgada e os industrializados. Naquele ano, os industrializados exportados pelo Brasil alcançaram preço médio (US$3.245/tonelada) quase 75% superior ao da carne de frango in natura (US$1.869/tonelada). Mas corresponderam a apenas 2,3% do volume total então exportado.
(Fonte: Avisite – Adaptado pela Equipe Meu Agro)
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