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Paraná salvou a raça de suínos cuja carne é sinônimo de maciez e suculência

Jachsson Beal

Enquanto os suínos industriais atingem o peso de abate aos 150 dias, o Porco Moura

é abatido, em média, com 300 dias de vida


Vice-líder na produção de suínos no Brasil, o Paraná registrou uma produção de 12,4 milhões de porcos em 2024 e atingiu sua maior participação no setor, com 21,5%. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam a força e a expertise da produção paranaense, que não fica limitada apenas à industrial. O Estado é referência na criação da raça nativa brasileira Moura, com carne e aspecto similares aos melhores cortes bovinos, com maciez, suculência e sabor únicos.

 

Cerca de 74% da produção brasileira da raça fica no Estado, de acordo com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). A instituição conta com o Projeto Porco Moura, de resgate e estímulo à criação da raça, criado em 1985 e encerrado no início dos anos 2000, mas que foi retomado em 2014. Esse incentivo é fundamental para manter viva não só a produção, mas também a tradição e a importância que ela teve na história do Paraná e do Brasil.

 

Os suínos da raça Moura chegaram ao Brasil no Período Colonial e das Missões, trazidos por Jesuítas portugueses e espanhóis e podem ter outras denominações dependendo da região do Brasil. Têm pelagem preto-acinzentada, mancha de cor branca na testa e são chamados também de Porco Estrela. As fêmeas produzem de 8 a 10 leitões por leitegada.

 

A Moura foi a segunda raça brasileira registrada desde a criação da ABCS, em 1955. A primeira foi a Piau, em 1989, em um projeto semelhante ao da UFPR desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A associação é responsável pelo registro genealógico de raças de porcos no Brasil. Atualmente novas entidades estão sendo formadas, entre elas a Associação dos Criadores de Porco Moura do Paraná (ACPM-PR), que reúne mais de 30 produtores dos três estados do Sul.

 

A carne do Porco Moura é mais escura e vermelha do que a dos suínos típicos

e conta com um grande teor de marmoreio, o que a torna mais suculenta e saborosa. A raça é uma das maiores do Brasil: os animais podem atingir, na idade adulta, um peso de até 300 kg.

 

Enquanto os suínos industriais atingem o peso de abate aos 150 dias, o Porco Moura é abatido com 300 dias de vida, em média. Criado solto, alimenta-se de frutas, tubérculos e pastagens, dieta que resulta em uma carne com gordura intramuscular que garante maciez e suculência, espessura de toucinho de 3 a 5 centímetros. Sua adaptação genética ao clima, aliada à alimentação diversificada, cria um conjunto de características únicas que influenciam no sabor final da carne.

 

Em 2014, foram estimados 625 animais remanescentes da raça no Sul do País. Novos levantamentos mostram que em 2024 foram calculados aproximadamente 3.500 porcos Moura distribuídos nos três estados, dos quais mais de 2.600 no Paraná. Rebanhos desses animais já foram identificados em diversas regiões, com presença em pelo menos 21 municípios paranaenses.

 

(Fonte: Agência Estadual de Notícias/PR – Adaptado por Meu Agro)  

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