PIB do agro recua no 3º trimestre por conta da seca e das queimadas
- Jachsson Beal
- 5 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Jachsson Beal

Alguns produtos, cujas safras são significativas no período, apresentaram
queda de produção e produtividade, como é o caso do milho
De acordo com informação divulgada no dia 3 de dezembro de 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) do nosso agro recuou 0,8% em relação a igual período de 2023. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), publicado em novembro, mostrou que alguns produtos, cujas safras são significativas no terceiro trimestre, apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade, como laranja (-14,9%), milho (-11,9%) e cana de açúcar (-1,2%).
A severa estiagem que atingiu o Brasil em 2024 e as queimadas foram as principais responsáveis pelo fato. Segundo a coordenação do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a queda do terceiro trimestre veio acima do esperado e além do clima instável, que afetou diversas lavouras ao longo do ano, a baixa nos preços das commodities, sobretudo da soja, prejudicou os ganhos do setor e a situação deve ser sentida também no próximo trimestre, o que prenuncia queda para o PIB do agro este ano.
No âmbito geral, neste ano o PIB brasileiro acumula crescimento de 3,3% até setembro em relação a igual período de 2023. Nessa comparação, a Indústria (3,5%) e os Serviços (3,8%) ficaram no campo positivo. As atividades da Indústria que registram resultado positivo ao longo do ano foram eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,1%), Construção (4,1%), Indústrias de transformação (3,2%) e Indústrias extrativas (2,0%). Nos Serviços houve alta em informação e comunicação (6,2%), outras atividades de serviços (5,6%), atividades financeiras, de seguros e afins (4,3%), atividades imobiliárias (3,6%), Comércio (3,5%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade (1,9%) e Transporte, armazenagem e correio (1,2%).
A Formação Bruta de Capital Fixo apresentou alta de 10,8% no terceiro trimestre de 2024. A magnitude deste resultado é justificada pela elevação na importação de bens de capital, na produção interna de bens de capital, no desenvolvimento de software e na Construção. As Exportações de Bens e Serviços apresentaram alta de 2,1%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 17,7% no terceiro trimestre de 2024, com destaque para os produtos alimentícios, outros equipamentos de transporte, extração de minerais metálicos e produto químicos. Na pauta de importações, as altas mais relevantes ocorreram em produtos químicos, máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, veículos automotores e serviços.
Mesmo com o resultado negativo atual, as expectativas para o próximo ano em relação ao PIB do agro são positivas, com base na previsão de uma safra recorde de grãos no Brasil, especialmente de soja e milho, que deve impulsionar a cadeia produtiva do setor, embora as margens para os produtores permaneçam apertadas.
(Fonte: IBGE e CNA – Adaptado pela Equipe Meu Agro)
Comments