Sucessão familiar rural: como passar o agronegócio de geração (2)
- Jachsson Beal
- 21 de jan.
- 2 min de leitura
Jachsson Beal

Cabe aos atuais administradores estimular e preparar as novas gerações,
para ocupar espaço nos negócios e promover melhorias
Os principais aspectos a serem levados em consideração na sucessão envolvem possíveis conflitos de interesse na família, problemas afetivos e divergências que atrapalham o processo, geram desgastes nos relacionamentos e danos emocionais a todos os envolvidos.
Superar as diferenças por meio de uma boa comunicação ou mesmo com auxílio de terceiros a fim de conciliar os interesses pessoais e profissionais é algo difícil, mas essencial para que o negócio familiar e as partes interessadas não se sintam prejudicadas ou invalidadas na medida que tentam preservar a propriedade.
Resistência da geração anterior - Há casos em que o atual administrador resiste em renunciar a determinadas atividades para que a nova geração ocupe mais espaço nos negócios. Isso ocorre diante da falta de confiança na capacidade dos mais novos em comandar a propriedade. Esse comportamento impede que os futuros gestores se desenvolvam e prossigam com o negócio sem prejuízos à propriedade. Além disso, gera desconfiança por parte de funcionários e clientes, ou seja: todos perdem com esse comportamento no planejamento da sucessão.
Diferenças culturais - As mudanças geracionais atuais são muito mais profundas do que entre as gerações anteriores. Isso envolve avanços tecnológicos e necessidade de atrelar questões ambientais ao cultivo da terra. É importante que se encontre um ponto de convergência entre os interesses para que a sucessão tenha o resultado esperado.
Despreparo dos herdeiros - Quando as gerações anteriores não compartilham os conhecimentos sobre o negócio, as gerações seguintes ficam despreparadas para dar continuidade ao empreendimento rural. O planejamento da sucessão deve evitar esse tipo de obstáculo que afeta a continuidade da gestão familiar.
Falta de interesse das gerações mais novas - É comum que gerações mais novas se sintam desestimuladas a assumir a propriedade e migrem para cidades maiores. Os motivos variam desde a falta de comunicação na família, as divergências de visões sobre uso da propriedade, a ausência de investimento no negócio até o desejo por melhorias nas condições de vida a partir de outra profissão.
Planejamento sucessório - Quando alcançado o alinhamento entre os envolvidos na sucessão do agronegócio familiar, os passos seguintes são o planejamento da passagem da gestão e a efetivação do planejamento definido.
Como planejar e iniciar o processo - Para iniciar o planejamento do processo sucessório é preciso fazer uma análise clara e atualizada da situação em que o empreendimento rural se encontra. Nesta etapa é importante que o sucessor passe a ter conhecimento do gerenciamento da propriedade e tenha acesso, de forma organizada e registrada, aos principais documentos e informações da fazenda e bens atrelados a ela. No levantamento inicial, é importante constar:
· Rentabilidade, área total cultivada e ganhos com a produção de animais.
· Área reservada para preservação ambiental da região.
· Maquinário, imóveis e demais bens do negócio rural.
· Histórico da lavoura, safras e principais produções.
· Mapeamento de processos, técnicas e métodos aplicados na agropecuária e gestão da propriedade.
· Fornecedores e acordos para aquisição de sementes, fertilizantes, equipamentos, insumos e demais materiais específicos.
O assunto terá continuidade. Siga acompanhando.
Até breve!
(Fonte: Sebrae - Adaptado pela Equipe Meu Agro)
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